quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O SOPRO E A GRATIDÃO - REFLEXÃO DE YOM TERUÁ

Por Sha’ul Bentsion


I – Introdução



É do conhecimento de todo aquele que já há algum tempo vivencia as Festas

Bíblicas que Yom Teruá está intimamente associado ao toque do shofar ou de

uma trombeta de prata, como podemos ver nas Escrituras:


Quando tocardes alarme [hebr. teruá], partirão os arraiais que se acham

acampados da banda do oriente.” (Bamidbar/Números 10:5)

Bíblicas que Yom Teruá está intimamente associado ao toque do shofar ou de

uma trombeta de prata, como podemos ver nas Escrituras:

Quando tocardes alarme [hebr. teruá], partirão os arraiais que se acham

acampados da banda do oriente.” (Bamidbar/Números 10:5)

A Torá nos diz que a festa de Yom Teruá é um memorial de teruá, isto é, do

soar a trombeta, ou shofar:

“Fala aos filhos de Israel: No sétimo mês, no primeiro dia do mês, haverá

para vós um descanso solene, um memorial, de sonidos de trombetas [hebr.

zikaron teruá], uma santa convocação.” (Vayicrá/Levítico 23:24)

Quando pensamos no movimento do shofar, percebemos que na realidade a única

contribuição que damos para o memorial é o assoprar. O shofar é capaz de

transformar o sopro em som de alarme.



II - A Importância do Sopro


O sopro é algo fundamental nas Escrituras, pois o termo “ruach”, que

é traduzido popularmente como “espírito”, significa literalmente “sopro” ou

“fôlego”:


“Cria em mim, ó Elohim, um coração limpo, e renova dentro de mim um

espírito [hebr. ruach] reto.” (Tehilim/Salmos 51:10)


O nosso fôlego é exatamente aquilo que faz a ponte entre o mundo físico e o

espiritual, pois é a porta para o nosso espírito. Não é à toa que as

religiões da nova era e filosofias alternativas querem ensinar as pessoas a

“respirarem corretamente”, ou aplicam técnicas de respiração em suas

práticas meditativas. Assim como na magia negra, sopra-se sobre uma pessoa

para, por exemplo, “fechar o corpo”, entre outras coisas.



A Bíblia nos diz em Bereshit/Gênesis 2:7 que foi exatamente a partir do

sopro de Elohim que o homem se tornou um ser vivente:


“Do pó da terra formou YHWH Elohim ao homem, e soprou-lhe nas narinas o

fôlego de vida; e o homem tornou-se um ser vivente.” (Bereshit/Gênesis 2:7)



Podemos perceber que tudo começa com um sopro. Foi por causa do sopro de

Elohim que pudemos receber a vida. Tudo começou quando Ele, após nos formar,

soprou em nós, e nos tornamos seres viventes.


 
III - O Memorial da Gratidão

Porque realizamos um memorial? Normalmente, é porque desejamos lembrar de

algo. E quando isso se refere ao Eterno, essa lembrança normalmente se deve

à gratidão que devemos ter para com Ele.

Nesse momento, devemos nos recordar justamente do primeiro e primordial

motivo pelo qual devemos nos relacionar com Ele com gratidão: Ele nos deu a

vida!

Yeshua nos afirma:


“Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto a vossa vida, pelo que

haveis de comer, ou pelo que haveis de beber...” (Matitiyahu/ Mateus 6:25)

Todavia, nós praticamente só nos relacionamos com Elohim por causa da

ansiedade. E nossa principal ansiedade é: Para onde vamos depois de

morrermos?

Yom Teruá, contudo, nos ensina que muito antes disso, devemos nos

relacionar com Elohim pela gratidão do fato dEle ter-nos dado esta vida.

Mesmo que não nos fosse prometida a vida eterna, já teríamos motivo

suficiente para passarmos o restante de nossas vidas louvando ao nosso

Criador.

Semelhantemente, foi por meio do seu Sopro (Ruach) que Elohim nos

reconciliou com Ele para que pudéssemos ter vida com Ele pela eternidade.


“O que é nascido da carne, é carne; e o que é nascido da Ruach, é

espírito.” (Yochanan/João 3:6)


Mais uma vez, nosso relacionamento com Elohim deve ser na base da gratidão

pela segunda oportunidade de vivermos, e não na esperança de obtermos algum

tipo de recompensa no mundo vindouro.


Muitos me perguntam qual será a recompensa no mundo vindouro para aqueles

que cumprem a Torá. Afinal, cumprir a Torá neste mundo significa abrir mão

de muitas coisas. A resposta a essa pergunta, por mais frustrante que possa

ser para alguns, é: Não devemos cumprir a Torá esperando recompensa no mundo

vindouro. Devemos cumprir a Torá por honrarmos e valorizarmos o sacrifício

de Yeshua por nós. Afinal, se Ele morreu por causa de nossas transgressões contra

a Torá, por quê continuarei a transgredir voluntariamente?


Semelhantemente, devemos adotar uma postura de gratidão pela vida

espiritual que temos através da Ruach HaKodesh (Espírito de Santidade). E

essa é a principal mensagem do shofar.


Assim como no princípio, o Eterno soprou em nós e vivemos, sopramos agora o

shofar e a trombeta, em um ato simbólico de “devolvermos” o sopro a Elohim.

Ao fazermos isso, estamos reconhecendo que a nossa vida deve ser “devolvida”

a Ele no serviço рara Sua obra.


IV – Conclusão


O maior ato de gratidão que podemos ter para com Ele, simbolizado pelo

toque do shofar ou da trombeta, é dizermos, através do “sopro”,

simbolicamente, que aquilo que dEle recebemos (isto é, as nossas próprias

vidas) serão dedicadas a Ele por gratidão, e não na espera de qualquer

recompensa, quer material ou no mundo vindouro. As recompensas até existem,

mas devem ser para nós algo secundário com o qual não devemos nos ocupar.

Pois a gratidão pelo que já foi feito por nós é o suficiente para que nos

relacionemos com Ele no mais profundo amor.


Neste Yom Teruá, faça algo simples, que certamente transformará a sua vida:

Mude o foco do seu relacionamento com Elohim, da ansiedade em obter respostas,

por uma mais profunda gratidão por tudo aquilo que Ele já fez.

FUTURO DO UNIVERSO PODE ESTAR INFLUENCIANDO O PRESENTE

Julie Rehmeyer - FQXi - 30/08/2011


Quando se pensa o Universo a partir das leis da mecânica quântica começam a fazer sentido algumas ideias aparentemente inconcebíveis.

Influências do futuro sobre o passado

Uma reformulação radical da mecânica quântica sugere que o Universo tem um destino definido, e que esse destino já traçado volta no tempo para influenciar o passado, ou o presente.

É uma afirmação alucinante, mas alguns cosmólogos já acreditam que uma reformulação radical da mecânica quântica, na qual o futuro pode afetar o passado, poderia resolver alguns dos maiores mistérios do universo, incluindo a forma como a vida surgiu.

E, além da origem da vida, poderia ainda explicar a fonte da energia escura e resolver outros enigmas cósmicos.

O que é mais impressionante é que os pesquisadores afirmam que recentes experimentos de laboratório confirmam de forma dramática os conceitos que servem de base para esta reformulação.

Recentemente, cientistas descobriram uma conexão surpreendente entre fenômenos quânticos. 

Ordem oculta na incerteza

O cosmólogo Paul Davies, da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, está iniciando um projeto para investigar que influência o futuro pode estar tendo no presente, com a ajuda do Instituto FQXi, uma entidade sem fins lucrativos cuja proposta é discutir as questões fundamentais da física e do Universo.

É um projeto que vem sendo acalentado há mais de 30 anos, desde que Davies ouviu falar pela primeira vez das tentativas do físico Yakir Aharonov para chegar à raiz de alguns dos paradoxos da mecânica quântica.

Um desses paradoxos é o aparente indeterminismo da teoria: você não pode prever com precisão o resultado de experimentos com uma partícula quântica; execute exatamente o mesmo experimento em duas partículas idênticas e você vai obter dois resultados diferentes.

Enquanto a maioria dos físicos que se confrontaram com esse problema concluíram que a realidade é, fundamentalmente, profundamente aleatória, Aharonov argumenta que há uma ordem oculta dentro da incerteza. Mas, para entender sua origem, é necessário um salto de imaginação que nos leva além da nossa visão tradicional de tempo e causalidade.

Em sua reinterpretação radical da mecânica quântica, Aharonov argumenta que duas partículas aparentemente idênticas comportam-se de maneiras diferentes sob as mesmas condições porque elas são fundamentalmente diferentes. Nós apenas não detectamos esta diferença no presente porque ela só pode ser revelada por experiências realizadas no futuro.

"É uma ideia muito, muito profunda", diz Davies.

A flecha quântica do tempo aparentemente perde o rumo no mundo quântico. 

Consequências presentes do futuro

A abordagem de Aharonov sobre a mecânica quântica pode explicar todos os resultados normais que as interpretações convencionais também conseguem, mas tem a vantagem adicional de explicar também o aparente indeterminismo da natureza.

Além do mais, uma teoria na qual o futuro pode influenciar o passado pode ter repercussões enormes e muito necessárias para a nossa compreensão do universo, diz Davies.

Os cosmólogos que estudam as condições do início do universo ficam intrigados sobre o porquê do cosmos parecer tão idealmente talhado para a vida.

Mas há também outros mistérios: Por que é que a expansão do universo está se acelerando? Qual é a origem dos campos magnéticos visto nas galáxias? E por que alguns raios cósmicos parecem ter energias impossivelmente altas?

Estas questões não podem ser respondidas apenas olhando para as condições passadas do universo.

Mas talvez, pondera Davies, se o cosmos já tem definidas algumas condições finais nele próprio - um destino -, então isto, combinado com a influência das condições iniciais estabelecidas no início do universo, pode perfeitamente explicar estes enigmas cósmicos.

Aharonov já teve ideias menos extravagantes, como a aplicação da nanotecnologia à água. 

Testando a flecha do tempo

É uma ideia muito boa - embora extremamente estranha.

Mas haveria alguma maneira de verificar a sua viabilidade? Dado que ela invoca um futuro ao qual ainda não temos acesso como causa parcial do presente, isto parece ser uma tarefa impossível.

No entanto, testes de laboratório engenhosamente inventados recentemente colocaram o futuro em teste e descobriram que ele poderia realmente estar afetando o passado.

Aharonov e seus colegas previram há muito tempo que, para certos experimentos quânticos muito específicos, realizados em três etapas sucessivas, o modo como a terceira e última etapa é realizada pode mudar dramaticamente as propriedades medidas durante o passo intermediário. Assim, ações realizadas no futuro (na terceira etapa), seriam vistas afetando os resultados das medições efetuadas no passado (na segunda etapa).

Em particular, nos últimos dois anos, equipes experimentalistas realizaram repetidamente experiências com lasers que mostram que, ajustando o passo final do experimento, é possível introduzir amplificações dramáticas no montante pelo qual o feixe de laser é desviado durante as etapas intermediárias do experimento. Em alguns casos, a deflexão observada durante a etapa intermediária pode ser amplificada por um fator de 10.000, dependendo das escolhas feitas na etapa final.

Estes resultados estranhos podem ser explicados de forma simples pelo quadro traçado por Aharonov: a amplificação intermediária é o resultado da combinação de ações realizadas tanto no passado (na primeira etapa) quanto no futuro (na etapa final).

É muito mais complicado explicar esses resultados usando interpretações tradicionais da mecânica quântica, afirma Andrew Jordan, da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, que ajudou a conceber um dos experimentos com laser.

A situação pode ser comparada à forma como o modelo heliocêntrico do Sistema Solar, de Copérnico, e o modelo geocêntrico de Ptolomeu, ambos fornecem interpretações válidas dos mesmos dados planetários, mas o modelo heliocêntrico é muito mais simples e mais elegante.

Uma das ideias "selvagens" mais recentes de Davies foi a de uma viagem sem volta a Marte. 

Consequências cósmicas

Embora os experimentos com laser estejam dando boas notícias para a equipe, Davies, Aharonov, Tollaksen e seu colega Menas Kefatos, da Universidade Chapman, na Califórnia, estão agora à procura de consequências cósmicas observáveis de informações do futuro influenciando o passado.

Um bom lugar para procurar é a radiação cósmica de fundo (CMB), o "brilho" remanescente do Big Bang. A CMB tem ondulações fracas de calor e frio e, trinta anos atrás, Davies desenvolveu um modelo com seu então aluno Tim Bunch que descreve essas ondas no nível quântico.

Davies e Tollaksen estão agora revisando este modelo no novo arcabouço quântico.

Físicos têm ideias já bem desenvolvidas sobre como era o estado inicial do universo e como pode acabar sendo seu estado final - muito provavelmente um vácuo, o resultado inevitável da contínua expansão.

A equipe está colocando estas ideias junto com seu novo modelo para ver se ele consegue prever assinaturas características da influência do futuro na CMB que possam ser captadas pelo telescópio espacial Planck.

"A cosmologia é um caso ideal para esta abordagem," afirma Bill Unruh, da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá. "Desde que Aharonov encontrou esses resultados tão estranhos em algumas situações, vale a pena olhar para a cosmologia."

Davies ainda não sabe se essas ideias vão produzir resultados. Mas se o fizerem, seria revolucionário.

"A coisa mais notável sobre Paul," avalia Michael Berry, da Universidade de Bristol, "é que ele tem ideias muito selvagens combinadas com extremo cuidado e sobriedade."

Este pode ser exatamente o caráter necessário para fazer um grande avanço. Pode até ser o destino de Davies, uma mescla de seu futuro e de seu passado.

Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=futuro-universo-influencia-presente&id=010830110830