quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A CERTEZA DO CUMPRIMENTO DA PROFECIA DA CHUVA SERÔDIA

POSSO TER CERTEZA ABSOLUTA DO CUMPRIMENTO DESSA PROFECIA?

Por César B. Rien

A dificuldade para crer sempre existiu na História da Igreja. O caso mais clássico é o caso de Tomé. Ele disse que somente creria na ressurreição de Jesus se pudesse tocar com seu dedo nas cicatrizes da crucifixão (João 20:25). Lembra-se? O que aconteceu em seguida? Passados oito dias, estando Tomé reunido com os discípulos, Jesus apareceu repentinamente e pediu-lhe para que o tocasse (João 20:26-27). Tomé rendeu-se diante da evidência da presença visível e palpável do Senhor (João 20:28). Mas Jesus o advertiu e lançou uma bênção sobre os crentes que viveriam no futuro, para nós também, portanto:

“Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem aventurados os que não viram e creram.
“Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro.
“Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em Seu Nome.” – João 20:29-31. 1

A incredulidade é o maior obstáculo ao cumprimento das promessas que o Senhor nos fez. Devemos, então, ouvir atentamente as advertências que foram registradas nas Escrituras para nosso benefício:

“Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia. Durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado.
“Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se de fato guardarmos firme até ao fim a confiança que desde o princípio tivemos.” – Heb. 3:12-14. 2

“Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a Palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé, naqueles que a ouviram.” – Heb. 4:2. 3

A História de Israel, conforme revelada nas Escrituras, contém uma grande quantidade de exemplos para nós. A Epístola aos Hebreus fala-nos da incredulidade que se manifestou entre os hebreus, logo após haverem sido libertados da servidão no Egito. Foi ela que os obrigou a vagar 40 anos pelo deserto, até perecer toda aquela geração incrédula. Então, com uma nova geração de pessoas cheias de fé o Senhor pôde cumprir a promessa de introduzi-los na Terra Prometida. Quando Jesus se manifestou em Seu Primeiro Advento, os líderes religiosos não aceitaram essa manifestação como sendo o cumprimento das profecias do Messias prometido. Apegaram-se às tradições dos mestres religiosos e encheram seus corações de incredulidade, a ponto de odiarem a Jesus e Sua mensagem de Salvação, crucificando-O no madeiro, numa vã tentativa de silenciá-Lo para todo o sempre. Fazendo isso, excluíram a si mesmos da bênção que estava destinada aos que aceitassem essa tão grande Salvação.

Que devemos fazer diante dessas advertências? Devemos apegar-nos, com fé, às promessas. Devemos estudar com cuidado as evidências bíblicas que indicam claramente que o Senhor prometeu uma NOVA PLENITUDE DO ESPÍRITO, que é simbolizada pela CHUVA SERÔDIA. Devemos compreender que ela deve ser concedida antes do 2º Advento do Salvador, para amadurecer a seara para a ceifa (Apo. 14:14-16). E ao compreender a grande bênção, que virá com o cumprimento dessa promessa, devemos afastar a incredulidade e orar pedindo ao Senhor da Graça o cumprimento da Palavra, dada por intermédio do Profeta Joel. E devemos orar conforme a orientação do Profeta Zacarias:

“Pedi ao Senhor chuva no tempo das chuvas serôdias...” – Zac. 10:1. 4 

Se assim fizermos, todos os anos, as novas gerações aprenderão a ter fé nessa promessa e a orar por ela, até que se cumpra no tempo determinado por Deus. Nosso desejo consensual deve ser expressado em clamor, para que o Senhor “se lembre” da promessa feita aos nossos antecessores na fé, assim como a manifestação consensual (em clamor) dos hebreus, no Egito, foi necessária para “lembrar” ao Senhor a promessa, que havia feito a Abraão, de libertá-los da escravidão (Êxo. 2:23-25; comparar com Gen. 15:12-14). O mecanismo de precisão do cumprimento profético, que Deus introduziu na estrutura do Plano da Redenção, nos dá maior certeza de que o Senhor cumprirá, com toda exatidão, as promessas que fez a Seu povo. Nosso dever é preparar-nos espiritualmente pela oração diária e reunir-nos com nossos irmãos na fé, todos os anos, na data prevista pelo calendário judaico para a celebração da Festa dos Tabernáculos, com a finalidade de orar em comunidade pedindo o cumprimento da promessa. Isso ajudará as novas gerações a compreender e a dar valor à grande promessa. A advertência a seguir deve ser aceita com toda humildade e seriedade por cada geração de crentes:

"E contra quem Se indignou por quarenta anos? Não foi contra os que pecaram, cujos cadáveres caíram no deserto?
"E contra quem jurou que não entrariam no Seu descanso, senão contra os que foram desobedientes?
"Vemos, pois, que não puderam entrar por causa da incredulidade." - Heb. 3:17-19. 5

Lembremos que foi somente após a morte da geração incrédula, que o Senhor pôde levar uma geração cheia de fé a herdar a Terra Prometida. Essa advertência, para nos lembrarmos do triste destino da geração incrédula, faz parte da função memorial da Festa dos Tabernáculos.
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1, 2, 3, 4, 5. A Bíblia Sagrada, Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida -Edição Revista e Atualizada no Brasil, Sociedade Bíblica do Brasil, 1969, Rio de Janeiro - RJ.

CIÊNCIA ADMITE: LUZ PODE SER GERADA A PARTIR DO NADA

Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/06/2011


O vácuo quântico é o tecido do próprio Universo e sempre houve curiosidade dos cientistas em saber se seria possível extrair energia dele. 

O estranho mundo quântico

Se você não entende nada de física quântica, não se avexe: Richard Feynman, um dos mais aclamados físicos do último século, dizia que ninguém entende de física quântica.

A realidade, contudo, é que ela está lá e, de forma bem prática, é a física quântica que explica o funcionamento dos computadores, dos supercondutores, dos microscópios eletrônicos, das comunicações por fibra óptica, enfim, de quase tudo o que nos leva a chamar o período em que vivemos de "era da tecnologia".

Mas que a física quântica é estranha, isso ela é, sobretudo porque, nas dimensões atômicas e subatômicas, as coisas se comportam de maneiras que ferem nossa intuição, fundamentada no que chamamos de "mundo clássico", explicado pela "física clássica".

• Máquina quântica é escolhida a descoberta do ano pela Science

Vácuo quântico

Um exemplo típico da estranheza do mundo quântico é o vácuo: faça um vácuo perfeito, eliminando tudo de um determinado espaço, até a última molécula e o que você terá? Nada?

Não exatamente: você terá o vácuo quântico.

O vácuo quântico é um estado com a menor energia possível, uma espécie de sopa de campos e ondas de todas as frequências, o que inclui as forças eletromagnéticas, mas também as ondas que representam as partículas. Nessa sopa real, partículas saltam continuamente entre a existência e a inexistência. Essas partículas são tão efêmeras que os físicos as chamam de "partículas virtuais", embora elas tenham efeitos sobre o mundo real. É por isso que os físicos afirmam que a matéria é resultado das flutuações do vácuo quântico. Eles acreditam também que corpos celestes extremos podem atuar diretamente sobre o vácuo quântico, produzindo energias capazes de interferir até com fenômenos astrofísicos.

• Estrela de nêutrons pode acordar o vácuo quântico

Faça-se a luz

A maior parte dessas explicações ainda está no reino das hipóteses e das teorias. Ou, pelo menos, estava. Pela primeira vez, uma equipe de físicos afirma ter conseguido gerar coisas desse "nada" quântico. Mais especificamente, eles fizeram com que vácuo quântico gerasse fótons reais. Ainda mais claramente, tentando trazer isso para o senso comum, eles emitiram luz do nada.

Será necessário esperar que outros grupos refaçam o experimento; mas, se confirmado, esta certamente se transformará em uma das experiências científicas mais bizarras e famosas da história, e uma importante prova prática da validade da mecânica quântica.

O vácuo quântico é um estado com a menor energia possível, uma espécie de sopa de campos e ondas de todas as frequências, de onde partículas virtuais saltam continuamente entre a existência e a inexistência. 

Realizando o virtual

Ora, se o vácuo quântico é uma sopa na qual pululam partículas virtuais, deve ser possível detectar ou mesmo capturar essas partículas. Foi isto o que motivou Per Delsing e seus colegas da Universidade Tecnologia de Chalmers, na Suécia.

Os cientistas já sabiam como detectar indiretamente as partículas virtuais "emitidas" pelo vácuo quântico usando dois espelhos, colocando-os muito próximos um do outro.

Essa proximidade limita a quantidade de partículas virtuais que podem vir à existência entre os dois espelhos. Como passam a existir mais partículas virtuais fora dos espelhos do que entre eles, cria-se uma força que empurra um espelho na direção do outro.

Esse empurrão, conhecido como Força de Casimir, é forte o suficiente para ser medido pelos instrumentos atuais.

Luz do nada

Mas os teóricos previam que as coisas poderiam ficar mais interessantes se fosse usado um espelho só, que poderia absorver energia das partículas virtuais e, sendo um espelho, reemití-las na forma de fótons reais.

O problema é que, para isso dar certo, o espelho teria que se mover a uma velocidade próxima à velocidade da luz, algo impraticável com a tecnologia atual.

Delsing e seus colegas deram um jeito de sair desse impasse usando um sensor extraordinariamente sensível a campos magnéticos, chamado SQUID (Superconducting Quantum Interference Device), e fazendo-o funcionar como um espelho.

Quando um campo magnético atravessa o SQUID, ele move-se ligeiramente. Alterando-se o sentido do campo magnético vários bilhões de vezes por segundo força-se o SQUID-espelho a sacudir velozmente - tão rápido que ele atinge cerca de 5% da velocidade da luz.

E essa velocidade parece ter sido suficiente.

Segundo os físicos, o espelho gera um chuveiro de fótons, que saem desse nada chamado vácuo quântico, refletem-se no espelho, e surgem para o mundo real, onde podem ser detectados por fotocélulas.

O espelho gera um chuveiro de fótons, que saem desse nada chamado vácuo quântico, refletem-se no espelho, e surgem para o mundo real, onde podem ser detectados por fotocélulas. [Imagem: Wilson et al.]

Os cientistas afirmam que, conforme previsto pela teoria quântica, os fótons têm cerca de metade da frequência das sacudidas do espelho.

Luz de Feynman

No estágio atual, com este experimento pioneiro, ainda não é possível prever alguma aplicação para o efeito, uma vez que a luz gerada é muito fraca para fins práticos.

Mas pode ser uma luz suficiente para clarear as esquisitices da mecânica quântica e, quem sabe, tirar a razão de Feynman: quem sabe dos cientistas já não estejam começando a entender "alguma coisa" de mecânica quântica?

Se este for o caso, logo poderá ser dada razão a um outro grupo de físicos que, em 2006, previu que será possível, no futuro, construir nanomáquinas alimentadas pela energia do "nada".

Veja outras pesquisas sobre o vácuo quântico:

• Matéria e antimatéria podem ser criadas do nada

• Super laser poderá criar matéria do nada

• Estrela de nêutrons pode acordar o vácuo quântico

• Confirmado: a matéria é resultado de flutuações do vácuo quântico

Bibliografia:

Observation of the Dynamical Casimir Effect in a Superconducting Circuit
C.M. Wilson, G. Johansson, A. Pourkabirian, J.R. Johansson, T. Duty, F Nori, P. Delsing
arXiv
24 May 2011
Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=luz-gerada-partir-nada&id=01081511060 6 - acessado em 17/10/2011.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O APOCALIPSE E A FESTA DOS TABERNÁCULOS

A NOVA DOTAÇÃO DO ESPÍRITO – O SELAMENTO E O 2º ADVENTO

Por César Rien

A promessa da Nova Aliança está fundamentada na promessa de ajuda especial da parte de Deus, para dotar o crente da capacidade de obedecer e praticar voluntariamente os mandamentos e estatutos do Criador que estão registrados na Torá. E essa ajuda depende da vontade humana em recebê-la. Cabe ao crente, então, pedir e aceitar essa ajuda. Juntamente com a promessa de uma nova chance para o homem, através da Nova Aliança, Deus oferece a ajuda especial do Espírito Santo, como podemos ler nas palavras do profeta Ezequiel:

E porei dentro de vós o Meu Espírito, e farei que andeis nos Meus estatutos, e guardeis os Meus juízos, e os observeis... e vós me sereis por povo, e Eu vos serei por Deus.” – Eze. 36:27-28. 1

Não há, no Evangelho, permissão ou desculpa para a desobediência. O pacto da Nova Aliança (Aliança Renovada) faz uma provisão de poder espiritual, diante da impossibilidade do homem guardar os justos mandamentos e estatutos do Altíssimo. Por consequência, o Apocalipse deve mostrar Cristo fazendo a ministração do Espírito, já que esse livro mostra o ministério do Sumo-sacerdote para efetuar a consumação da Aliança Renovada. O Apocalipse faz a demonstração da dotação do Espírito, e essa demonstração é descrita de forma simbólica. Todos esperam que o Apocalipse mostre uma cena semelhante à ocorrida no Dia de Pentecostes, porém, essa foi a inauguração da dotação espiritual. Como o Apocalipse trata da consumação de todas as coisas, a dotação do Espírito, nesse livro, é demonstrada de forma diferente daquela do livro de Atos.

Em Apocalipse 7, versos 2 e 3, João vê um anjo ocupado com uma tarefa urgente e importante. Ele está pedindo a outros 4 anjos que segurem os ventos da terra, até que ele complete a obra de selamento. Os ventos são os conflitos e as guerras, a violência dos seres humanos e das nações contra outras nações. Esse selamento parece ser tão essencial para o Plano da Redenção que requer o cessamento da sanha assassina do inimigo de Cristo e dos agentes do mal. Para entender a obra do selamento, precisamos voltar séculos antes de Cristo e ouvir a mensagem do Profeta Zacarias:

"Pedi ao Senhor chuva, no tempo da chuva serôdia..." - Zac. 10:1. 2

“Se a família dos egípcios não subir, nem vier, não cairá sobre eles a chuva, virá a praga com que o Senhor ferirá as nações que não subirem a celebrar a festa dos tabernáculos.” – Zac. 14:18. 3

A chuva de Zac. 14:18, com certeza, é a chuva do capítulo 10:1. Do que consiste essa chuva serôdia? O desvendamento desse mistério passa necessariamente pela revelação dada por Deus ao Profeta Joel. Pela leitura de Joel 2:23, 28 e 29 percebemos que o Senhor está falando do derramamento do Espírito Santo. A primeira parte da promessa de Joel, a Chuva Temporã, cumpriu-se no Pentecostes, como se pode ler em Atos 2:1 e 2, e 16 a 18. Já estudamos, anteriormente, que Joel recebeu a revelação sobre a ocasião na qual deveria cumprir-se essa promessa (2:24). Resta o cumprimento da Chuva Serôdia, que está no mesmo contexto da Chuva Temporã, mas que será cumprida em uma época diferente. O motivo deve-se à finalidade das chuvas. Enquanto a Temporã era derramada sobre a semente recém-plantada, para fazê-la germinar, a Serôdia era derramada sobre o trigo logo antes da ceifa, para fazer granar a espiga e para amadurecer a seara.

Jesus utilizou-se dos símbolos do ciclo agrícola, para ilustrar a Obra do Evangelho (Mat. 13:39-40). O que há de maravilhoso em Joel é que, assim como havia sido revelada a época do ano para a Chuva Temporã espiritual, também é revelada, no verso 24, através de símbolos da colheita do outono, qual é a época do ano na qual será derramada a Chuva Serôdia. A conclusão é feita por analogia. Se a Chuva Temporã estava ligada às eiras cheias de trigo, e foi concedida no Pentecostes, que é a festa instituída para celebrar a colheita do trigo, então o fato da ligação teológica da Chuva Serôdia com os lagares, e o vinho e o óleo deve significar que a concessão da Última Plenitude do Espírito ocorrerá durante a Festa dos Tabernáculos, porque essa é a festa instituída por Deus para celebrar a última colheita do ano agrícola, que é a colheita dos frutos da terra (Êxo. 23:19; Lev. 23:39-40).

Desta forma, já conseguimos entender por que o Profeta Zacarias adverte as nações sobre a necessidade de reunirem-se durante a Festa dos Tabernáculos, para adorar a Deus, pois, as nações que assim não procederem não receberão a chuva, mas receberão a praga que o Senhor enviará sobre as nações que não prestarem culto de adoração a Ele durante a Festa dos Tabernáculos. Mais uma vez, verificamos uma mensagem de alerta profético sobre a necessidade de todos os povos e nações cumprirem a ordenança de Deu. 31:10 e 12. Desta vez, a mensagem está bastante clara e conseguimos perceber que há um forte motivo para essa advertência profética ser levada para as nações. As nações são fortemente avisadas que, se não celebrarem a Festa dos Tabernáculos, não receberão a Chuva Serôdia, mas receberão as pragas. Isso nos remete imediatamente de volta ao Apocalipse. Leiamos as advertências:

“... e foi-lhes dito que não causassem dano à erva da terra, nem a qualquer cousa verde, nem a árvore alguma, e tão-somente aos homens que não têm o selo de Deus sobre as suas frontes.” – Apo. 9:4. 4

“Saiu, pois, o primeiro anjo e derramou a sua taça pela terra, e, aos homens portadores da marca da besta e adoradores da sua imagem, sobrevieram úlceras malignas e perniciosas.” – Apo. 16:2. 5

Aqui, fica muito claro que não ter o selo do Deus Vivo sujeita os homens a receberem a marca da besta, e que esses homens receberão sobre si as 7 pragas. Eis, então, o motivo urgente da mensagem de Zacarias. Como Zacarias fala sobre a necessidade do cumprimento da ordenança de Deu. 31:10, para celebrar a Salvação na Festa dos Tabernáculos, e, como o Apocalipse nos mostra essa ordenança sendo cumprida muitos séculos após o Calvário, isso prova a existência de uma forte ligação teológica entre os dois fatos revelados pelo Senhor. Mas, ainda necessitamos entender qual é a relação que há entre o selamento de Apocalipse 7 com a Chuva Serôdia prometida por Joel, não é mesmo? Se o selamento e a Chuva Serôdia são tão importantes para a finalização da Obra do Evangelho, certamente Jesus não nos deixará sem compreender o significado desses símbolos! A pergunta certa a fazer, agora, é: para quê serve o selamento? A resposta nos será dada pelo Apóstolo dos Gentios:

“E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o Dia da [Salvação].” – Efé. 4:30. 6

No texto acima, substituímos, intencionalmente, a palavra Redenção por seu sinônimo 'Salvação'. O motivo disso é que o texto por nós usado, de Apo. 7:9 a 11, contempla a palavra Salvação, na tradução da Bíblia de Jerusalém. Alguns poderão pensar que estamos sendo muito repetitivos. Porém, há um sábio ditado popular que diz: "A repetição é a mãe do aprendizado".

Passamos mais de 30 anos nos bancos do templo, ouvindo serem repetidos os sermões, e nunca ninguém nos esclareceu que Jesus revela de forma implícita, no Apocalipse, a necessidade de ser cumprida também a ordenança de Lev. 23:41. Inferimos isso porque o selamento de Apo. 7:2-3 tem ligação teológica com Zac. 14:16, que afirma que as nações devem celebrar a Festa de ano em ano. Portanto, pedimos ao leitor que tenha paciência, pois nosso esforço é no sentido de deixar tudo tão claro que ninguém seja enganado. Como dizíamos no início do parágrafo, o uso da palavra Salvação em Deu. 31:10 e Apo. 7:9 a 11 é necessário para servir de demonstração e prova do cumprimento daquela ordenança da Torá.

Também se fez necessário o uso dessa palavra em Efé. 4:30, para que possamos compreender o quadro completo da Revelação dada a nós através das Santas Escrituras. Com o texto de Efésios, conseguimos compreender que o selamento dos salvos é feito com o Espírito Santo. Conseguimos entender, também, que necessitamos ser selados para o Dia da Salvação. Assim, se alguém quer ser salvo deverá ser selado com o Espírito Santo.

O texto de Paulo nos dá a entender que o selamento já estava ocorrendo em seus dias. Podemos concluir, então, que a Chuva Temporã foi o início da obra de selamento dos que serão salvos. Em Apo. 7:2 e 3, o anjo está preocupado em terminar de "selar em suas frontes os servos do nosso Deus". Podemos concluir disso que a Chuva Serôdia é a finalização da obra de selamento dos salvos que vivem no Final dos Tempos. Para provar que eles estão vivendo no final dos tempos, o Apocalipse afirma:

"Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram suas vestes, e as branquearam no sangue do Cordeiro". – Apo. 7:14. 7

Essa afirmação garante que os salvos, nos últimos dias, serão Justificados pela Fé. E, é claro, serão selados pelo Espírito da promessa (Efé. 1:13). Conclui-se, portanto, que a Chuva Serôdia é o selamento dos salvos que vivem nos últimos dias da história deste mundo de pecado. O Dia da Redenção, para o qual devemos ser selados, e que está demonstrado em Apo. 7:9 e 10, é a Festa dos Tabernáculos. Outra conclusão importante surge da revelação de Zacarias, onde fica bem claro que para receber a Chuva Serôdia necessitamos celebrar a Festa dos Tabernáculos, antes do 2º Advento de Jesus. Podemos concluir que o selamento iniciará durante a celebração da Festa dos Tabernáculos.

Esses dois cumprimentos de uma festa tipológica significa que existe um cumprimento progressivo do significado profético. Ou seja, a Festa dos Tabernáculos terá primeiro seu cumprimento eclesiológico na Chuva Serôdia, para o selamento dos crentes e para prepará-los para o Dia da Redenção. De que forma? Ele evitará que eles recebam a marca da besta. Esse assinalamento é feito à semelhança da experiência do Êxodo, pois o sinal do sangue do cordeiro pascal nas portas protegeu os israelitas contra a 10ª praga. Assim, também, o selamento protegerá contra as 7 últimas pragas. Desta vez o efeito do sangue é aplicado no ser humano, daí ser dito que “lavaram e alvejaram suas vestes [o caráter] no sangue do Cordeiro” (Apo. 7:14). Eis o Êxodo escatológico final do povo de Deus, logo após a grande tribulação. Portanto, o selamento é condição prévia para a REDENÇÃO (Efé. 4: 30). No final da grande tribulação, após a última praga, ocorrerá a REDENÇÃO de judeus e gentios (Apo. 7:4 e 9). Então, a Festa dos Tabernáculos terá seu cumprimento apocalíptico com a vinda de Jesus, com todos os anjos, para a colheita final e para levar os fiéis para o Seu 'celeiro', como afirmam João e Lucas:

“Olhei, e eis uma nuvem branca, e sentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro e na mão uma foice afiada. Outro anjo saiu do santuário, gritando em grande voz para aquele que se achava sentado sobre a nuvem: Toma a tua foice e ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara da Terra já amadureceu!
“E aquele que estava sentado sobre a nuvem passou a sua foice sobre a Terra, e a Terra foi ceifada.” – Apo.. 14:14-16. 8

“A sua pá, ele a tem na mão, para limpar completamente a sua eira e recolher o trigo no seu celeiro, porém queimará a palha em fogo inextinguível.” – Luc. 3:17. 9

Todas as evidências bíblicas que estudamos nos levam às conclusões que estamos expondo. Tudo o que fizemos foi nos livrar das idéias preconcebidas e, com isso, conseguimos quebrar os caquéticos paradigmas teológicos, que nos impedem de avançar no conhecimento da Revelação. Para quem prefere apegar-se às idéias emboloradas, para desculpar a consciência pelo fato de não desejar seguir adiante nesse conhecimento, existe o seguinte esclarecimento bíblico:

"As cousas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus; porém, as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta Torá." - Deu. 29:28. 10

E, ainda:

"A esse respeito temos muitas cousas que dizer, e difíceis de explicar, porquanto vos tendes tornado tardios em ouvir.
"Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes novamente necessidade de alguém que vos ensine de novo quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim vos tornastes como necessitados de leite, e não de alimento sólido." - Heb. 5:11 e 12. 11

Estamos vivenciando uma nova Experiência do Êxodo. Portanto, estamos sujeitos a cometer o mesmo erro cometido pelos hebreus:

“E contra quem jurou que não entrariam no seu descanso, senão contra os que foram desobedientes?
“Vemos, pois, que não puderam entrar por causa da incredulidade.” (Heb. 3:17-19). 12

Quem quer participar da Glória, com Cristo, deve aceitar todas as revelações feitas pelo Jesus Glorificado (Apo. 1:1 a 3; 22:6, 7). Para quem pensa em omitir da mensagem do Evangelho a revelação sobre o cumprimento da ordenança dada em Deu. 31:10, é feita uma advertência. Vamos ler a advertência feita por Cristo em Apo. 22:19 (compare com Deu. 4:2):

"E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão escritas neste livro." 13

O Evangelho de Cristo respeita a Torá, e o Apocalipse mantém a validade continuada da Torá. Omitir uma parte da mensagem do Evangelho equivale a desfigurá-lo. Essa omissão constrói um outro evangelho (Gál. 1:8-9), um falso evangelho, que não é o Evangelho Eterno. E que não é o Evangelho de Cristo, portanto (2ª Cor. 11:4).

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1. A Bíblia Sagrada, Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida – Edição Revista e Corrigida no Brasil com Referências e Algumas Variantes, Sociedade Bíblica do Brasil, 1969, Rio de Janeiro – RJ.
2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12 e 13. A Bíblia Sagrada, Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida – Edição Revista e Atualizada no Brasil, Sociedade Bíblica do Brasil, 1969, Rio de Janeiro – RJ.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A TRANSFIGURAÇÃO E A FESTA DOS TABERNÁCULOS

Por César Rien

A Transfiguração de Yeshua é um dos fatos mais enigmáticos relatados nos ketuvim netzarim (escritos dos apóstolos). Infelizmente, esse evento tem sido usado pelas denominações religiosas para provar que os fiéis do Eterno vão diretamente para o Céu após a morte.

Esse evento é narrado nos três primeiros evangelhos. A intenção imediata é cumprir o que Yeshua havia afirmado anteriormente: “Em verdade vos digo que alguns dos que aqui estão não provarão a morte até que vejam o Filho do Homem vindo no Seu Reino.” – Matitiyahu/Mateus 16:28. (Bíblia de Jerusalém)

A narrativa diz que, seis dias após, Yeshua tomou Pedro, Tiago e João e os levou a uma alta montanha e ali foi transfigurado diante deles. A esse respeito, Pedro manifestou-se em uma de suas epístolas:

“Com efeito, não foi seguindo fábulas sutis, mas por termos sido testemunhas oculares da Sua majestade, que vos demos a conhecer o poder e a Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois Ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando uma Voz vinda da Sua Glória Lhe disse: ‘Este é o Meu Filho amado, em Quem Me comprazo.’ Esta Voz, nós a ouvimos quando Lhe foi dirigida do Céu, ao estarmos com Ele no monte santo.” – 2ª Pedro 1:16-18.

Nessa ocasião, o corpo de Yeshua resplandeceu em Glória diante dos três talmidim (discípulos) escolhidos para testemunhar Sua natureza Divina. Assim, ficou gravado na mente deles que Yeshua é IHWH manifestado na forma humana, e que Seu poder e glória estavam velados para que Ele pudesse cumprir a missão de morrer no lugar do pecador, para cumprir a pena de morte imposta aos transgressores pela Lei do Eterno. Ao pecador cumpre morrer para sempre (Romanos 6:23). Essa é a segunda morte de Apocalipse 20:6. Mas em Yeshua essa maldição da Lei foi removida, porque ao ressuscitar Ele garantiu a todos nós o direito de tornar à vida na primeira ressurreição, que ocorrerá no Seu Segundo Advento (1ª Coríntios 15:22-23). Já a segunda ressurreição ocorrerá somente após os mil anos (Apocalipse 20:5).

Mas, se os fiéis de Yeshua ao morrer não vão diretamente ao Céu, como é que Moisés (Moshe) e Elias (Eliyahu) apareceram durante a transfiguração?

Devemos lembrar que Elias não morreu. Ele foi trasladado vivo para o Céu (2ª Reis 2:11). Alguns talmidim (discípulos) de Eliseu teimaram em procurar o corpo de Elias, mas não puderam encontrá-lo e foram repreendidos por Eliseu (2ª Reis 2:15-18). Portanto, Elias não retornou da morte para encontrar com Yeshua, pois estava vivo no Céu.

Já o caso de Moisés (Moshe) é diferente. O relato bíblico dá a entender que Moisés morreu e foi sepultado por Elohim em lugar desconhecido (Deuteronômio 32:50-52 e 34:5-6).

Mesmo assim, há uma possibilidade de explicação para sua manifestação junto de Elias, na transfiguração de Yeshua. Na espístola de Judas, versículo 9, é descrita a disputa entre Mikah-el (Miguel) e HaSatan (Satanás) pelo corpo de Moshe (Moisés). Elohim castigou Moshe pela desobediência, impedindo-o de entrar na Canaã terrestre. No entanto, o arrependimento (teshuvah) de Moshe foi sincero e profundo. Assim, o grande amor de Elohim por Moshe concedeu-lhe o perdão e o ressuscitou, recompensando-o com a Canaã Celestial. HaSatan tentou impedir que o anjo Mikah-el ressuscitasse Moshe, daí o motivo da disputa. Na ressurreição de Yeshua também um anjo removeu a pedra que fechava o sepulcro (Mateus 28:2-7; Marcos 16:4-7).

A verdade: se Yeshua prometeu a ressurreição, como a única recompensa aos fiéis, é porque não existe a possibilidade de alguém morrer e ir diretamente ao Céu sem ressuscitar primeiro. Enoque e Elias não morreram. A doutrina da ressurreição é marcante nos ensinamentos de Yeshua, para que ninguém seja enganado pela ‘teoria da reencarnação’:

"De fato, a Vontade de Meu Pai é que todo homem que vir o Filho do Homem e nEle crer tenha a Vida Eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia." - Yehohanan/João 6:40

Dessa maneira, Elias representa os fiéis de Yeshua que estarão vivos no 2° Advento e que serão trasladados sem ver a morte (1ª Tessalonicenses 4:17; 1ª Coríntios 15:51-52), enquanto Moshe representa os fiéis que serão ressuscitados. Antes da trasladação, tanto os vivos como os ressuscitados receberão corpos glorificados e a Vida Eterna como recompensa por haverem praticado a verdadeira teshuvah e por haverem manifestado fidelidade à Aliança em suas vidas.

Quando Pedro falou novamente com Yeshua, ele sugeriu construir sukás (tendas) para Elias e Moisés (Mateus 17:4). Isso nos indica que a transfiguração ocorreu durante a Festa dos Tabernáculos para nos ensinar que essa festa prefigura a reunião dos salvos ressuscitados com os que estiverem vivos juntamente com o Mashiach (Messias) em Seu 2º Advento.
 
A ordem de Elohim é que devemos manifestar imensa alegria durante essa festa (Deu. 16:13-14).

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

YOM KIPUR / DIA DO PERDÃO / 07-08 OUTUBRO 2011

DIA DE ORAR PELOS POVOS DAS NAÇÕES

R. Ângelo Andriolli 

Yom Kippur é um dos dias mais importantes do judaísmo e também das festas do Eterno de Israel. No calendário hebreu, o Yom Kippur começa no crepúsculo que inicia o décimo dia do mês hebreu de Tishri (o que coincide com Setembro ou Outubro), continuando até ao pôr do sol seguinte.

Nota: o feriado começa no pôr do sol do dia precedente ao da festa.

"...Aos dez dias deste sétimo mês é o dia das expiações; convocação de santidade será para vós, e afligireis suas almas (através do jejum)..." (Levítico 23)

O dia de Yom Kipur é um dia de intercessão, pois este dia foi estabelecido pelo Eterno para expiação do pecado do povo pelo Sumo Sacerdote. O Sumo Sacerdote deveria fazer primeiro a expiação por si mesmo, depois pelos de sua casa e, por fim, pela Nação. Depois que o nosso Sumo Sacerdote entrou no Lugar Santíssimo, Ele passou a ser a Porta, o Caminho, o único meio de se chegar ao PAI, ou seja, ao Trono da Graça.

Respondeu-lhe Jesus: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim." - João 14:6 

O véu se rasgou, então o sacrifício de um animal já não é mais necessário. Mas é preciso o mediador:

“Porque não temos sumo-sacerdote que não possa compadecer-se de nossas fraquezas, antes foi Ele tentado em todas as cousas a nossa semelhança, mas sem pecado.
“Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao Trono da Graça, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos Graça para socorro em ocasião oportuna.” - Heb. 4:15-16.

No dia de Yom Kipur, devemos orar em nome do nosso mediador (João 14:14) por aqueles que ainda não foram alcançados pelo sacrifício perfeito. Yom Kipur é estatuto perpétuo (Lev. 16:29).

É um dia estabelecido pelo calendário celestial, reservado para grandes milagres. É dia de intercessão por nós, pelos nossos filhos, nossos familiares e pelas nações que ainda não receberam o Cordeiro Perfeito. É o dia determinado pelo Senhor como dia internacional de Missão e Intercessão. Através do descendente de Abraão (Yeshua), não somente a Nação de Israel é alcançada em Yom Kipur, mas todas as nações. "Em ti serão abençoadas todas as famílias da terra" (Gen. 12:3u.p.).

Em Números 29, podemos ver que na Festa de Tabernáculos a nação de Israel oferecia 70 animais em sacrifício, uma para cada nação da época. A intercessão para as outras nações eram feitas na Festa dos Tabernáculos, e não no dia de Yom Kipur, mas, agora, em cumprimento da promessa (em ti serão benditas todas as famílias da terra). O Descendente de Abraão, que também é o Cordeiro Perfeito e o Sumo-sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque abriu o Yom Kipur para todas as nações. É intercessão pelas nações da Terra.

Depois do Juízo Divino, que teve lugar em "Rosh Hashaná", fixando o destino de cada um para todo o Ano Novo que se segue, um prazo nos é outorgado até o grande e temeroso dia de "Yom Kipur" que sela o juízo. Esse período de "Dez dias", entre "Rosh Hashaná" e "Yom Kipur" é designado como os "Dez dias de teshuvá", período durante o qual temos que fazer um exame de consciência e passar em revista nossas ações e nossa conduta, procurando ver se elas estão em harmonia com a vontade do Eterno, expressa em Sua Palavra.

O "Yom Kipur" é chamado em inglês "Day of Atonement" (Dia da Expiação) e em português Dia do Perdão. "Isto vos será por estatuto perpétuo; no sétimo mês, aos dez do mês, afligireis as vossas almas, e nenhuma obra fareis; nem o natural, nem o estrangeiro que peregrina entre vós". (Lev 16:29) ( Lev 23:27) ( Nm 29:7) Ambas as denominações: Dia da Expiação e Dia do Perdão estão corretas, embora as palavras expiação e perdão não signifiquem a mesma coisa. A palavra "Kipur" contém ambos os sentidos: expiação e perdão. Expiação significa: remissão dos pecados. "Porque nesse dia far-se-á expiação por vós, para serdes purificados. Diante do Senhor sereis purificados de todos os vossos pecados." (Lev 16:30)

O significado literal: "... far-se-á expiação por vós..." no contexto da Torá é que, enquanto o templo existiu, o "Cohen Gadol" (Sumo Sacerdote) fazia expiação por todo Israel nesse dia, como representante do povo judaico. O Profeta Isaías anuncia aquele que faria expiação por nós perante o Eterno (Isa 53:4-11). João Batista anuncia-O como o Cordeiro de D-us que fará expiação pelos nossos pecados. "... Eis o cordeiro de D-us que tira o pecado do mundo." (João 1:29b)

Assim, por meio d'Ele os homens têm acesso a D-us, reconciliando tanto judeus quanto gentios: "E pela cruz reconciliar ambos com D-us em um só corpo, matando com ela a inimizade. E, vindo, Ele evangelizou a paz a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto. Pois por Ele, ambos temos acesso ao Pai em um mesmo espírito". (Efé. 2:16-18)

"No dia dez deste sétimo mês será o dia da expiação. Tereis santa convocação, afligireis as vossas almas [pelo jejum], e oferecereis oferta... ao Senhor." (Lev 23:27)

No encerramento do dia de "Yom Kipur", pronunciamos o: "Shemá Israel, Adonai Eloheinu, Adonai Echad" (Ouve, ó Israel, O Eterno é nosso D'us, o Eterno é único).

PROVAS NO SANTUÁRIO DO LIVRO

Por David Cloud

É fascinante que os dois maiores testemunhos históricos da autoridade da Bíblia em hebraico Massorético, que é a base para as grandes Bíblias protestantes como a alemã de Lutero, a espanhola Reina Valera, e do Rei Tiago em inglês, estão localizados em um só lugar: o Santuário do Livro em Jerusalém.

Eles são os detentores do grande rolo de Isaías e do Codex Aleppo. O texto Massorético foi preservado por cuidadosos escribas hebreus antes de ser inventada a impressão por tipos móveis no século 15. (A primeira Bíblia hebraica impressa apareceu em 1488.) O Santuário do Livro foi inaugurado em 1965 pelo Museu de Israel, apenas 17 anos após a Guerra da Independência. Sua importância nacional é evidente pelo fato de que ele está localizado perto do Parlamento israelense (o Knesset). O teto do museu tem a forma da tampa dos jarros de barro que protegia os rolos do Mar Morto, e o corredor que leva ao museu lembra uma caverna. O branco brilhante do teto do museu contrasta fortemente com a parede preta nas proximidades, para simbolizar a guerra entre os Filhos da Luz contra os Filhos das Trevas descrita nos escritos da comunidade essênia, encontrados entre os Manuscritos do Mar Morto. Os essênios erradamente acreditavam serem os verdadeiros filhos da Luz, e o moderno Estado de Israel não entende o verdadeiro significado de tais coisas. Mas a Bíblia que está no Santuário do Livro ensina que há uma guerra entre a verdade e o erro, a luz e as trevas, e que culminará no retorno de Cristo. É incrível e maravilhoso que as duas maiores testemunhas da autenticidade da Bíblia Massorética estão localizados no Santuário do Livro no moderno Estado de Israel, porque foi para os judeus que Deus atribuiu a tarefa de preservar a Bíblia Hebraica. Em Romanos 3:1-2 Paulo chama o Antigo Testamento hebraico de “as palavras de Deus” e nos diz que estas palavras estavam confiadas aos judeus. Embora os judeus não obedecessem às Escrituras eles as reverenciavam. Josefo e Filo "nos asseguram que eles preferiam ter sido submetidos a todos os tipos de tormentos em vez de ter tirado um texto da Escritura, ou alterar uma palavra dela" (John Kitto, Illustrated History of the Bible, editado por Alvan Bond, 1908, p. 39). Inúmeros judeus morreram em seu afã de proteger e preservar a Bíblia do Antigo Testamento. Essa reverência foi colocada em seus corações pelo Deus da Bíblia com a finalidade de sua preservação. Em particular, os sacerdotes judeus que foram designados como os guardiões das Escrituras (Dt 31:24-26; 17:18). Após o cativeiro babilônico houve um reavivamento dentro do sacerdócio judeu (Esdras 7:10) e as Escrituras do Antigo Testamento foram preservadas. "Por Esdras e seus sucessores, sob a orientação do Espírito Santo, todos os livros do Antigo Testamento foram reunidos em um cânon do Antigo Testamento, e os seus textos foram purgados de erros e preservados até os dias do ministério terreno do nosso Senhor. Por essa época, o texto do Antigo Testamento estava tão firmemente estabelecido que mesmo a rejeição dos judeus a Cristo não poderia perturbá-lo" (Edward Hills, The King James Bible Defended, 4th edition, p. 93).

Após a destruição de Jerusalém em 70 d.C, foram os chamados Tannaim (professores), escribas judeus, que guardaram as Escrituras do Antigo Testamento. Esses escribas "copiaram o texto do Antigo Testamento com grande precisão" (Edward Hills, The King James Bible Defended, 4th edition, p. 93). Os Tannaim foram seguidos por outros escribas chamados Amoraim (expositores). Embora tenham exaltado a tradição do homem acima da Escritura, na prática diária, veneraram muito a Escritura e a preservaram de geração em geração. (Foi nessa época que o Talmude foi produzido, o qual canonizou a tradição rabínica).

No começo do século VI, foram os Massoretas (tradicionalistas), que zelosamente guardaram o texto hebraico e o passaram de geração em geração. É a Bíblia Massorética hebraica que foi adotada pelos cristãos e utilizada nas primeiras Bíblias impressas. Os massoretas eram famílias de estudiosos hebreus que tinham centros na Palestina, Tiberíades e Babilônia. O texto tradicional hebraico Massorético recebe o seu nome desses estudiosos. Um dos mais famosos foi Ben Asher em Tiberíades, que "trabalhou para produzir uma cópia correta das Escrituras". Desde o século 12 em diante, o texto de Ben Asher foi recebido como Bíblia Hebraica. Os massoretas tinham um grande cuidado na transcrição do Velho Testamento. Eles desenvolveram regras mais rigorosas para as cópias, a fim de manter o texto puro. As seguintes regras são da “General Biblical Introduction” por Herbert Miller (1937), com informação adicional de outras fontes: O pergaminho deve ser feito da pele de animais limpos; deve ser elaborado somente por um único judeu, e as peles devem ser presas por tiras colhidas de animais limpos. Cada coluna não deve ter menos de 48 nem mais de 60 linhas. A cópia toda deve ser alinhada primeiro. A tinta não deve ser de outra cor além de preto, e deve ser preparada de acordo com uma receita especial. Nenhuma palavra ou letra pode ser escrita de memória; o escriba deve ter uma cópia autêntica diante dele, e ele deve ler e pronunciar em voz alta cada palavra antes de escrevê-la. Ele deve reverentemente limpar sua pena cada vez, antes de escrever a palavra Elohim (Deus) e deve lavá-la inteira antes de escrever o nome "YHWH" para que o Santo Nome não seja contaminado. Cada palavra e cada letra era contada, e se uma letra era omitida, ou uma extra inserida, ou se uma letra tocasse outra, essa seção do manuscrito era condenada e destruída. Um manuscrito Massorético hebraico do Gênesis contém 4.395 linhas em 43 colunas, com 27.713 palavras e 78.100 letras. Miller conclui com esta observação: "Algumas dessas regras podem parecer radicais e absurdas, mas mostram o quão sagrada era a Palavra de Deus do Antigo Testamento sob a custódia dos judeus (Rm 3:2), e eles nos dão forte incentivo a acreditar que TEMOS O VERDADEIRO ANTIGO TESTAMENTO, O MESMO QUE O NOSSO SENHOR TINHA E QUE FOI ORIGINALMENTE DADO POR INSPIRAÇÃO DE DEUS” (General Biblical Introduction, 1937, p. 185).

O Grande Rolo de Isaías

O Grande Rolo de Isaías foi encontrado numa caverna em Qumran, perto do Mar Morto, em 1947. Ele contém todo o livro de Isaías. Foi escrito em 17 pedaços de pele de carneiro costurada para formar um rolo medindo, aproximadamente, 7 metros de comprimento. Ele está no Santuário do Livro, e um fac-símile realista está em exibição na sala principal. Foi datado pelo menos quatro vezes pelo método do carbono 14 e os resultados têm variado de 335 a.C. a 107 a.C. Outras técnicas de datação (por exemplo, material de escrita e estilo, associação de artefatos) dataram para 150 a.C. a 100 a.C. Assim, esse rolo foi escrito pelo menos um século antes de Cristo, se não dois ou três séculos. Todos os livros do Antigo Testamento, e sessenta a sessenta e cinco por cento dos pergaminhos que representam o texto Massorético, foram encontrados no Mar Morto, exceto o livro de Ester. Isto é surpreendente, pois desde os primeiros códices hebraicos do texto massorético usados pelos estudiosos dos séculos 16 e 17 (como o Aleppo) foram escritos mais de mil anos após os rolos do Mar Morto. As diferenças entre os pergaminhos conservados do Mar Morto e do texto Massorético são extremamente pequenas, em grande parte pertencentes a ortografia ou gramática, a omissão ou a adição de uma palavra, ou a mistura de letras hebraicas. Por exemplo, um dos dois rolos de Isaías encontrado na gruta 1 deixa de fora uma palavra "santo" em Isaías 6:3; obviamente, um descuido dos copistas. Comparando Isaías 53 no Grande rolo de Isaías de 100 a.C e o Codex Aleppo de 900 d.C, existem apenas três letras que são diferentes. Quanto ao Grande Rolo de Isaías e sua concordância com o texto massorético, o Dr. Ernst Wurthwein chama de "impressionante" e Adolfo Roitman chama de "extraordinariamente próximos" (Wurthwein, The Text of the Old Testament, 1979, p. 144; Roitman, The Bible in the Shrine of the Book, 2006, p. 43).

O Codex Aleppo

A outra testemunha da grande autoridade da Bíblia em hebraico Massorético no Santuário do Livro é o Codex Aleppo (conhecido em hebraico como Ha-Keter, ou seja, a Coroa). Ele foi feito por volta de 920 d.C, em Tiberíades, que foi um centro de estudos judaicos depois da destruição de Jerusalém. Foi também um centro para a criação do Talmude, que é uma coleção da tradição judaica que foi elevada (na prática) a uma autoridade igual à das Escrituras, e que Jesus condenou fortemente em Mateus 15 e 23.

O manuscrito Aleppo foi copiado por Shlomo Ben Boya'a, e as marcações de vogais foram adicionadas pelo renomado mestre escriba Aaron ben Asher. Durante quase mil anos "era usado como texto padrão para a correção dos livros", enquanto gerações de escribas fizeram peregrinações para consultá-lo" (Roitman, p. 62). Ele estava em uma sinagoga no Cairo, Egito, por volta de 1099 a 1375, quando foi transferido para a sinagoga em Alepo, na Síria. Aí ficou em uma caixa de metal duplo fechado na "Caverna de Elias" (de acordo com a tradição, Elias foi exilado lá). As chaves eram confiadas a dois homens proeminentes e a caixa só poderia ser aberta na presença de ambos sob a autoridade dos líderes da sinagoga.

Em 2 de dezembro de 1947, após a aprovação da resolução da ONU para estabelecer um Estado judeu, a sinagoga foi destruída por furiosos muçulmanos durante as revoltas que irromperam em todo o mundo árabe. Os manifestantes invadiram a sinagoga, quebraram a caixa de ferro e rasgaram as páginas do Codex, jogando-as no chão. A maior parte do Pentateuco foi perdido, assim como algumas outras partes. Alguém recuperou o Codex danificado e ele ficou escondido por muitos anos. Em 1958, foi contrabandeado para a Turquia escondido em uma máquina de lavar, e de lá trazido a Jerusalém. Foi laboriosamente restaurado ao longo de um período de seis anos pelo Museu de Israel, e hoje está em exposição no Santuário do Livro.

Estudiosos admitem agora que o texto Massorético foi a Bíblia Hebraica padrão no fim do período do Segundo Templo. Isso foi comprovado não só pelos rolos do Mar Morto, mas também por pergaminhos encontrados em Massada, Murabba'at Wadi, Nahal Hever e Tze'elim Nahal. Adolfo Roitman diz que o texto Massorético "aparentemente tornou-se o texto oficial para a corrente principal do judaísmo no final do período do Segundo Templo" (The Bible and the Shrine of the Book, p. 56). À luz de Romanos 3:1-2, isso é um reconhecimento importante! Eruditos liberais veem o texto Massorético e as concorrentes Septuaginta e textos samaritanos como representando textos igualmente legítimos. Eles acreditam que foi apenas porque os rabinos proibiram estes que o texto massorético prevaleceu. Eles veem isso como um acidente da história. Por exemplo, Geza Vermes diz: "[A existência de ambos os textos, Massorético e Septuaginta, nos rolos do Mar Morto] sugere que os textos hebraicos da época de Qumran correspondam ao samaritano e às antigas versões do grego divulgadas conjuntamente; assim, reforçam a teoria de que o proto-Massorético, Samaritano e Septuaginta - formas de texto em hebraico, co-existiram harmoniosamente antes da censura rabínica eliminar as duas últimas em torno do ano 100 d.C" (The Story of the Scrolls, p. 106).

Isso é quase exatamente o que os estudiosos liberais do Novo Testamento acreditam sobre o texto grego de Alexandria. Eles acham que o Texto Tradicional Grego das Bíblias protestantes prevaleceu somente porque foi proclamado oficial pelos concílios e lançado pelas autoridades da Igreja. Eles sustentam esta opinião porque não acreditam que o Antigo e o Novo Testamentos foram dados por inspiração divina e preservados pelo mesmo Deus que é o autor deles. A Bíblia para eles é um produto puramente humano, e estudam apenas considerando o elemento humano. Mas, à luz da declaração de Paulo em Romanos 3:1-2 e das muitas promessas na Bíblia que Deus iria preservar Sua Palavra, sabemos que Deus estava supervisionando a transmissão do Antigo Testamento, e guiou os rabinos judeus, mesmo em sua incredulidade e cegueira espiritual, para preservar a Bíblia Massorética.

As autoridades judaicas que atuam no Santuário do Livro, acreditam que a exposição do Codex Aleppo é o cumprimento de Isaías 2:3: "porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do SENHOR." (“The Wandering Book: The Aleppo Codex” http://www.english.imjnet.org.il/htmls/article_450.aspx?c0=13806&bsp=13246&bss=13806 &bscp=12940 - viewed May 5, 2010).

Na verdade, essa grande profecia será cumprida no retorno de Cristo, quando "nos últimos dias se firmará o monte da casa do SENHOR no cume dos montes, e se elevará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações." (Isaías 2:2). É óbvio que isso não se refere aos nossos dias, quando Israel é uma das mais desprezadas nações da face da terra! Tanto o Grande Rolo de Isaías quanto o Codex Aleppo foram digitalizados e estão disponíveis no site do Museu de Israel web: http://www.imj.org.il/shrine_center/

Traduzido por Edimilson de Deus Teixeira

Fonte: http://www.wayoflife.org/files/d145979d80c4cb38285fc7abbb977207-585.html