sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A REINVENÇÃO DO AÇO

Aço superforte surpreende indústria e cientistas



Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/11/2011



O novo super-aço permite que a indústria automobilística construa chassis, carrocerias e monoblocos 30% mais leves sem qualquer perda de segurança para os carros.[Imagem: Bainite Steel]

Melhor que titânio

Um empreendedor norte-americano surpreendeu a indústria e a comunidade científica ao inventar um novo tratamento térmico que cria um aço superforte em poucos segundos.

O novo tratamento térmico deixa o aço mais forte do que as ligas de titânio usadas pela indústria - e em menos de 10 segundos.

Além de ser mais forte do que qualquer aço conhecido, o novo processo resulta em um aço com maior capacidade de absorção de choques.

Maturidade questionada

O processo básico de tratamento térmico do aço mudou muito pouco na era moderna. Isso explica porque tão poucos pesquisadores se dedicam ao assunto hoje: ninguém acreditaria ser possível um incremento tão grande.

Um grupo de engenheiros da Universidade de Ohio, está agora trabalhando juntamente com Gary Cola, o inventor do super-aço, para entender o aparente "milagre".

"O aço é o que podemos chamar de uma tecnologia 'madura'. Nós gostamos de pensar que já sabemos tudo a respeito dele," afirmou o professor Suresh Babu, que está tentando desvendar o mistério.

"Se alguém inventa uma forma de tornar o mais forte dos aços ainda mais forte um mínimo que seja, isso já seria um grande feito. Mas [o que foi obtido por Gary] é astronômico," estranha Babu.

Carros mais leves

Embora varie de uma indústria para outra, o tratamento térmico do aço é feito aquecendo-o a cerca de 900 graus Celsius e depois deixando-o esfriar por algumas horas.

Gary Cola elevou a temperatura do aço comum até 1.100 graus Celsius, e depois esfriou-o rapidamente em água - tudo em cerca de 10 segundos.

O pesquisador confessa que não acreditou no inventor: "Esse processo não deveria funcionar. Eu não acreditei nele," afirma.

O novo aço pode ser laminado e estirado 30% mais do que os aços martensíticos tradicionais e ainda preservar suas qualidades superiores.

Isto significa que o novo super-aço pode permitir que a indústria automobilística construa chassis, carrocerias e monoblocos 30% mais leves sem qualquer perda de segurança para os carros.

Martensita, austenita, bainita e carbetos

Uma análise preliminar mostrou que, além da martensita, o aço possui uma microestrutura chamada bainita, salpicada de compostos ricos em carbono, chamados carbetos.

Nos tratamentos térmicos tradicionais, mais lentos, as microestruturas iniciais do aço sempre se dissolvem em uma fase homogênea, chamada austenítica. Mas um choque rápido de temperatura normalmente transforma toda a austenita em martensita.

"Nós acreditamos que, como o processo é tão rápido, os carbetos não têm chance de se dissolver completamente no interior da austenita, permanecendo no aço e formando essa microestrutura única contendo bainita, martensita e carbetos," propõe Babu.

Bibliografia:

Development of rapid heating and cooling (flash processing) process to produce advanced high strength steel microstructures

Lolla, T., Cola, G., Narayanan, B., Alexandrov, B., Babu, S. S.

Materials Science and Technology

Vol.: 27, Number 5, pp. 863-875(13)

DOI: 10.1179/174328409X433813

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

ESPERANÇA

Celeste Novas

Estive estudando a Parashá dessa semana que se chama “Chaiêi Sarah”, no hebraico ou “a vida de Sara”, que se encontra em Bereshit (Gn.) 23:1-25. Pensei em escrever sobre esse tema, mas recordei-me de quantas parashiot já preparei e já ouvi e já li sobre esse mesmo tema.

Enquanto meditava o telefone tocou. Era uma jovem, voluntária de uma instituição chamada CAASAH – Casa de Apoio aos portadores de HIV (www.caasah.com.br). Como já há algum tempo tenho me dedicado a ajudá-los, ela me convidou para o aniversário de 20 anos de fundação que seria realizado nesse dia 17/11/2011, às 19:00h. Temos contato há uns dois anos, mas não a conhecia pessoalmente nem à instituição, apenas faço as contribuições via um moto-boy que recolhe as ofertas. Decidi que esse seria o dia em que iria até lá.

Sabe aquele dia em que você diz: “Valeu à pena viver para experimentar este dia?” Pois é! Eu imaginava um lugar triste, fechado, cheio de mortos-vivos se arrastando...

Nada disso! É um lugar cheio de crianças que em sua maioria não conhece quem as colocou no mundo, sem família biológica. Soropositivas, contaminadas pelos seus pais, algumas desenvolveram também câncer, mas estão cheias de vida devido aos cuidados que recebem das pessoas responsáveis pela instituição. São profissionais da área de saúde e educação, voluntários de um modo geral, pessoas que se dedicam diariamente a cuidar agora não só das crianças, mas também de adultos como: moradores de rua, prostitutas, drogados, todos contaminados pelo HIV. Presenciei alí o submundo da sociedade, sendo cuidado com tanto carinho.

Conheci um garoto que chegou lá com aproximadamente um ano de idade e hoje está com 15. Foi encontrado na rua sozinho e não se tem conhecimento de nenhum parente. Nunca recebeu uma visita. É soropositivo e está sendo tratado de um câncer na laringe. A jovem me disse que ele já ressuscitou três vezes e que é uma história de superação. Tão magrinho... Enquanto eu o abraçava, preocupada em não machucá-lo ele disse com uma vozinha baixa devido ao câncer, mas feliz: “Ele falou de mim, eu sou esperança!” É que o apresentador falou ao microfone sobre uma criança da casa sem citar o nome, cognominando-o de “esperança”.

D’us! Pensei. Como existem coisas ao nosso redor que não nos damos conta! Como o nosso mundo particular é medíocre!

Enquanto a festa se desenrolava no jardim, com mesas bem ornamentadas, toldos, luzes, som e muitos doces, salgados e refrigerantes, fui aos alojamentos das crianças menores, ao dos adolescentes e ao berçário.

Ah... O berçário! Havia vários bercinhos com bebês bem cuidados dormindo. A jovem que me acompanhava foi-me contando a história de cada um deles: “Essa é a Manuela, tem quatro meses e foi abandonada na maternidade”. A mãe? Uma moradora de rua soropositiva. O outro, o Lucas, e os outros, também. Cada um daqueles bebês tinha a mesma história. Uma luzinha tênue e uma canção infantil baixinha completavam o ambiente. Numa saleta ao lado uma senhora agradável preparava os medicamentos. Em uma bandeja vários copinhos descartáveis contendo em cada um deles alguns comprimidos, necessários para garantir o tempo e a qualidade de vida daqueles pequenos, tanto dos bebês como das crianças menores e dos adolescentes. Ela contava e recontava, para não errar a quantidade de cada um deles enquanto nos recebia.

Um jovem cantava lindamente um louvor ao Eterno e depois mais outro, enquanto no telão podíamos ler alguns salmos.

Depois, foram-nos apresentadas as pessoas que trabalhavam alí. A cada apresentação os internos aplaudiam fazendo uma algazarra alegre.

Lembrei-me do mandamento do Senhor em Devarim (Deuteronômio) 15:11 que diz: “Pois nunca deixará de haver pobre na terra; pelo que te ordeno, dizendo: Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado, e para o teu pobre na tua terra.”

Que alegria é ter a Palavra de D’us para nos guiar! Veja o que esse texto diz: “teu irmão, o teu necessitado, e o teu pobre”. O TEU! Mas, por quê nossos?

Analisando Bereshit (Gn.)1:31a “E viu D’us tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom”, vemos que não foi D’us quem criou a pobreza, o abandono, a ruína e a miséria na terra, pois tudo o que Ele fez é "muito bom”.

Somos nós que “fabricamos” os pobres quando elegemos os maus governantes, ou quando governamos mal. Quando discriminamos ou excluímos as pessoas apenas por serem diferentes de nós, dando lugar ao nosso egoísmo e vaidade. Quando permitimos e até alimentamos a corrupção, a má distribuição de renda e o desamor. Quando não ensinamos sobre D’us às pessoas e mostramos a elas que “Feliz é a nação cujo D’us é ADONAI (yhwh)” (Salmos 33:12), para que meditem sobre “quem é o deus do nosso País e quem é o nosso deus”.

A palavra hebraica que tem sido utilizada para definir “caridade” é Tsedaká (צדקה), porém ela é muito mais do que isso. Ela significa integridade, justiça, a coisa certa a fazer. D'us permitiu que existissem pobres e ricos para que os seres humanos exercessem bondade e justiça uns com os outros, transformando seu livre arbítrio em ações positivas. Creio que o Eterno tem permitido a miséria neste mundo para que sua misericórdia seja conhecida por nós. Entretanto, se falharmos, o mundo se aprofundará na desgraça, na pobreza e na desesperança. Por que será que a miséria tem tomado proporções grandiosas em nossos dias? Onde estão os talmidim (discípulos) de Yeshua (Jesus)?

Confesso a vocês, que leem este post, que hoje estou me sentindo gratificada pela noite que o Eterno preparou para mim naquele lugar. Ele confirmou o que já me incomodava há muito tempo. Que precisamos sair do nosso comodismo espiritual e religioso e nos lançarmos naquilo que Ele já tem nos capacitado para cuidar.

O Rabi Yeshua nos alerta em Lucas 16:8b “os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz”. E a palavra prudência deriva do latim “virtude”. Foi o que vi na CAASAH!

Fonte: http://www.buscandoasraizes.blogspot.com/ (Postado em 18/11/2011).