Túmulo de José é incendiado por palestinos em mais um dia de
violência
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FFOLHAPRESS
TTexto publicado na edição
impressa de 17 de outubro de 2015
Imagem
mostra túmulo de patriarca bíblico incendiando durante a noite
Palestinos
incendiaram nesta sexta-feira (16) o túmulo do patriarca bíblico José, na
Cisjordânia, em um novo dia de tensão em Israel e nos territórios palestinos
ocupados.
O Exército de Israel
informou que cerca de cem pessoas correram para o local sagrado, localizado
próximo à cidade palestina de Nablus. Elas foram retiradas por forças de
segurança palestinas, mas não antes de incendiarem algumas partes do templo.
“Vemos este incidente
com gravidade e condenamos fortemente qualquer ataque a locais sagrados. Vamos
encontrar e prender os responsáveis pelo incêndio”, informou o Exército em
comunicado.
O presidente da
Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, considerou o incêndio um ato
“irresponsável”.
O Túmulo de José é um
local venerado por seguidores do Judaísmo, do Cristianismo e do Islamismo.
Desde que Israel ocupou a Cisjordânia, em 1967, o templo é protegido de modo
geral pelo Exército israelense e o acesso de muçulmanos a ele é restringido.
O local havia sido
saqueado e depredado por palestinos em 2000, no início da Segunda Intifada,
revolta que terminou com cerca de mil israelenses e 3.200 palestinos mortos. O
templo passou por reformas entre 2009 e 2010.
O incêndio ocorre em
um novo “Dia de Fúria” convocado pelo movimento radical islâmico Hamas em meio
à onda de violência que atinge Israel e os em Israel e os territórios
palestinos ocupados.
Desde o início do
mês, ao menos oito israelenses morreram e dezenas ficaram feridas em ataques de
palestinos com facas, pedras e armas de fogo. No mesmo período, ao menos 32
palestinos foram mortos por israelenses, incluindo 13 pessoas que morreram após
realizar ataques. Centenas de palestinos ficaram feridos em confrontos com colonos
e soldados israelenses.
Conselho da ONU
O Conselho de
Segurança da Organização das Nações Unidas vai realizar uma sessão especial
nesta sexta-feira para discutir a recente onda de violência entre israelenses e
palestinos.
O encontro, que
diplomatas disseram ter sido convocado a pedido da Jordânia, que é membro do
conselho, incluirá um balanço do secretariado da ONU sobre a situação na região
e ocorrerá às 12h (horário de Brasília), informou a ONU nesta quinta-feira.
Os diplomatas,
falando sob condição de anonimato, disseram não haver planos de aprovação de
nenhuma resolução no momento, mas pode haver uma tentativa de reunir o conselho
para emitir uma declaração que busque exortar os dois lados a conter a
violência.
“Todas as opções
estão sobre a mesa”, disse um diplomata à Reuters.
A agitação, a mais
grave em anos, foi desencadeada em parte pela ira dos palestinos sobre o que
consideram como um aumento da usurpação dos judeus da área da mesquita de
Al-Aqsa, em Jerusalém, uma área que é reverenciada pelo judaísmo como
localização de dois templos bíblicos destruídos.
Os Estados Unidos,
aliados de longa data de Israel e seus protetores no Conselho de Segurança,
formado por 15 nações, tradicionalmente têm se recusado a aprovar no Conselho a
condenação de ações israelenses contra os palestinos, mesmo que critiquem ambos
os lados.
No entanto, o
porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, disse esta semana que embora
Israel tenha o direito de se proteger, “temos certamente visto alguns relatos
do que muitos considerariam ser um uso excessivo da força”.
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/tumulo-de-jose-e-incendiado-por-palestinos-em-mais-um-dia-de-violencia-5groay4s4lw8p469ofny3eyu9