terça-feira, 27 de outubro de 2009

A ORIGEM DO CRISTIANISMO

A CONSPIRAÇÃO DE INÁCIO: A ORIGEM DO CRISTIANISMO


Por James S. Trimm
Traduzido por Sha'ul Bentsion



Muitos se enganam em pensar que Constantino foi o principal responsável pela corrupção e gentilização do Cristianismo. Apesar de Constantino ter certamente acrescentado e consolidado a apostasia do Cristianismo primitivo, ele não foi o primeiro. Foi na realidade Inácio de Antioquia que se rebelou contra o Concílio de Jerusalém, usurpou sua autoridade, segregou-se do Judaísmo, declarou que a Torá havia sido abolida, substituiu o Shabat do sétimo dia pela adoração no domingo e fundou uma nova religião não-judaica, a qual ele chamou de "Cristianismo".


O ALERTA DE PAULO ACERCA DOS BISPOS

Paulo disse aos efésios em sua última visita a eles:

"Cuidai, pois, de suas almas e de todo o rebanho sobre o qual a Ruach HaKodesh (Espírito Santo) vos constituiu supervisores (bispos), para apascentardes a Kehilá de Elohim, que Ele adquiriu com seu próprio sangue. Eu sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós lobos cruéis que não terão pena do rebanho, e que dentre vós mesmos se levantarão homens, falando coisas perversas para desviar os talmidim (discípulos), para que os sigam." (Atos 20:28-30)

Paulo parece indicar que após sua morte, líderes começariam a se levantar dentre os supervisores [bispos] em seu lugar, e levariam pessoas a os seguirem e a se afastarem da Torá. Na realidade, Paulo morreu em 66 DC e o primeiro supervisor (bispo) de Antioquia a tomar o cargo após a sua morte foi Inácio, em 98 DC.
Inácio cumpriu com precisão as palavras de Paulo. Depois de tomar o cargo de bispo sobre Antioquia, Inácio enviou uma série de epístolas a outras congregações. Suas cartas aos efésios, magnésios, trálios, romanos, filadelfenos, e esmirneus, bem como sua carta pessoal a Policarpo, todas sobrevivem até hoje.

HEGÉSIPO RECONTA A APOSTASIA

O historiador e comentador nazareno antigo Hegésipo (cerca de 180 DC) escreve acerca do tempo imediatamente após a morte de Shimon (Simão), o qual havia sucedido a Ya'akov HaTsadik (Tiago, o Justo) como Nassi (Presidente) do Sanhedrin (Sinédrio) Nazareno, e que morreu em 98 DC:

"Até aquele período (98 DC), a Assembléia havia permanecido como uma virgem pura e incorrompida: pois, se havia quaisquer pessoas dispostas a alterar a regra completa da proclamação da salvação, elas ainda vagavam em um lugar obscuro oculto ou outro. Mas, quando o bando sagrado de Emissários (Apóstolos) havia de várias formas findado suas vidas, e a geração dos homens a quem havia sido confiado ouvir a Sabedoria inspirada com seus próprios ouvidos passou, então a confederação do erro da iniquidade tomou ascenção através da infidelidade dos falsos mestres que, vendo que nenhum dos emissários ainda sobrevivia, levantaram suas cabeças para se opor à proclamação da verdade, proclamando algo falsamente chamado de conhecimento." (Hegésipo, o Nazareno; c. 98 DC; citado por Eusébio em História Eclesiástica 3:32)

Hegésipo indica que a apostasia começou no mesmo ano que Inácio se tornou bispo de Antioquia!

INÁCIO SEPARA-SE DO CONCÍLIO DE JERUSALÉM

Até o tempo de Inácio, qualquer disputa que surgisse em Antioquia por fim era levada ao Concílio de Jerusalém (tal como em Atos 14:26-15:2). Inácio usurpou a autoridade do Concílio de Jerusalém, declarando a si mesmo, o bispo local, como sendo a autoridade final sobre a assembléia que o havia feito bispo, e semelhantemente declarando isto ser verdade acerca de todos os outros bispos e suas assembléias locais. Inácio escreve:

"...sujeitando-se ao seu bispo...
...andem juntos conforme a vontade de Deus.
Jesus... é enviado pela vontade do Pai;
Assim como os bispos... são [enviados] pela vontade de Jesus Cristo."] (Carta de Inácio aos Efésios 1:9,11)
"...seu bispo... penso que felizes são vocês que se unem a ele, assim como a igreja o é a Jesus Cristo e Jesus Cristo o é ao Pai...
Vamos, portanto, cuidar para que não nos coloquemos contra o bispo, para que nos sujeitemos a Deus. Devemos olhar para o bispo tal como olharíamos para o próprio Senhor." (Carta de Inácio aos Efésios 2:1-4)
"...obedeça ao seu bispo..." (Carta de Inácio aos Magnésios 1:7)
"Seu bispo está presidindo no lugar de Deus...
...unam-se ao seu bispo..." (Carta de Inácio aos Magnésios 2:5,7)
"...aquele...que faz qualquer coisa sem o bispo... não é puro em sua consciência..." (Carta de Inácio aos Trálios 2:5)
"...Não faça nada sem o bispo." (Carta de Inácio aos Filadelfenos 2:14)
"Cuidem para que vocês sigam o seu bispo, assim como Jesus Cristo ao Pai..." (Carta de Inácio aos Esmirneus 3:1)

Ao exaltar o poder do ofício do bispo (supervisor) e exigir a absoluta autoridade do bispo sobre a assembléia, Inácio estava na realidade fazendo uma jogada para obter o poder, tomando a autoridade absoluta sobre a assembléia de Antioquia e encorajando outros supervisores não-judeus a fazerem o mesmo.

INÁCIO DECLARA QUE A TORÁ FOI ABOLIDA

Além disso, Inácio afastou os homens da Torá e declarou que a Torá havia sido abolida, não somente em Antioquia, mas em todas as assembléias de não-judeus para as quais escreveu:

"Não sejam enganados por doutrinas estranhas; nem por fábulas antigas sem valor. Pois se continuarmos a viver conforme a Lei Judaica, estamos confessando que não recebemos a graça..." (Carta de Inácio aos Magnésios 3:1)
"Mas se alguém pregar a Lei Judaica a vocês, não lhe dêem ouvidos..." (Carta de Inácio aos Filadelfenos 2:6)

INÁCIO SUBSTITUI O SHABAT PELA ADORAÇÃO DOMINICAL

Foi Inácio quem primeiro substituiu o Shabat do sétimo dia pela adoração dominical, escrevendo:

"...não mais observem os Shabatot, mas observem o dia do Senhor, no qual também a nossa vida floresce nEle, através da Sua morte
..." (Carta de Inácio aos Magnésios 3:3)

INÁCIO DÁ UM NOME À SUA NOVA RELIGIÃO

Tendo usurpado a autoridade de Jerusalém, declarado a Torá abolida, e substituído o Shabat pelo domingo, Inácio criou uma nova religião.
Inácio, então, cunha um novo termo, nunca antes utilizado, para essa nova religião que ele chama de "Cristianismo", a qual ele mesmo deixa claro que é distinta do Judaísmo. Ele escreve:

"Vamos portanto aprender a viver conforme as regras do Cristianismo, pois quem quer que seja chamado por qualquer outro nome além desse, esse não é de Deus...
"É absurdo nomear Jesus Cristo e Judaizar. Pois a religião cristã não abraçou a judaica. Mas a judaica [abraçou] a cristã..."
(Carta de Inácio aos Magnésios 3:8,11)

CONCLUSÃO

Ao final do primeiro século, Inácio de Antioquia havia cumprido o alerta de Paulo. Ele abandonou o Judaísmo e fundou uma nova religião à qual chamou de "Cristianismo". Uma religião que rejeitou a Torá, e substituiu o Shabat do sétimo dia pela adoração dominical.


P.S.: É importante frisar que essa religião não foi fundada por Jesus Cristo, porque Jesus respeitava a Torá (Mat. 5:17-19).

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